Como respiram as baratas?

É uma pergunta que nos últimos tempos me tem ocupado algumas horas de reflexão.

O que é, por si só, estúpido, porque eu sei como respiram as baratas. Têm uma espécie de aberturazinhas dos lados por onde entra o ar para um pequeno canal, que depois se ramifica no interior do corpo dos bichos. A troca dos gases faz-se de forma mais ou menos passiva, de acordo com a segunda lei da termodinâmica.

Ora, se eu sei a resposta, porque raio não consigo parar de pensar na pergunta?

Eu, nos meus tempos de jovem mamífero, pensava que o objectivo das perguntas era obter uma resposta. “Que horas são? Dez e vinte. Muito obrigado”. “Queres namorar comigo? És nojento! Muito obrigado”. “E se for só um beijinho? Toma lá 50 mil volts de taser, mete-nojo! mmmmmmuuuuiiiitttooooo obrriiiiggggadododooo”.

Bons tempos.

Agora, no entanto, parece que seja qual for a resposta que obtenho, a pergunta não desaparece. Como respiram as baratas? Como respiram as baratas? Como. Respiram. As. Baratas?

Tenho a pergunta a ecoar-me na cabeça há mais de duas semanas. Dou por mim a dissecar cada palavra, tentando extrair algum sentido último imbuído no vocábulo. “como”, “como, “como”, “como”, “como”, “como”. “como”, “como”, “como”, “como”“Como como? Como como como!” O que é um “como”? Eu não sei! Pelos céus, eu não sei! Isto é pura tortura!

Brinco com anagramas, trocando primeiro a ordem das palavras e depois usando as letras em todas as combinações possíveis à procura de seja lá o que for que existe nesta frase que não me deixa dormir. E refiro-me mesmo a todas as combinações, não apenas às que produzem palavras coerentes numa qualquer língua humana. São mais de 5,000,000,000,000,000,000 de frases possíveis! Sabem quanto tempo demora a examinar cada uma delas? E o que raio quer dizer “smr aeaobpr arsti ca omas”?

Cheguei a um ponto em que a frase se tornou num conjunto de sílabas, uma sequência de sons familiares que não significam nada. Conheço as letras. Palro os ditongos. Compilo os vocábulos. Cuspo a frase. Mas não lhe reconheço qualquer sentido...

Como respiram as baratas? Sugando de mim toda e qualquer semelhança de vida e sanidade, é como elas respiram! Cada encher de pulmões de um desses pulhas de seis patas é agonia para mim. Milhões, e milhões, e milhões de pequenos pulmõezinhos nojentos, espalhados por todo o mundo, em cada canto putrefacto onde a miséria humana se derrama, a inspirar e expelir micrómetros cúbicos de ar, biliões de vezes por minuto... O sofrimento é inenarrável!

O facto das baratas nem sequer terem pulmões só acrescenta à injúria.

Chega.

Recuso-me a ser consumido por esta obsessão. Vou esquecer. Vou meter esta pergunta infernal para trás de mim e seguir com a minha vida.

Até porque vai começar o Benfica....

E isso já é miséria que chegue para um século...

5 comentários:

Anónimo disse...

Eu por mim fiquei completamente esclarecido.

Obrigado.

RR

Natanael disse...

fica lá com as tuas baratas e deicha o Benfica em paz

abraços

Anónimo disse...

moro no Rio e hoje aprisionei uma barata verde, o que tem a dizer sobre essa barata diferente ?

Anónimo disse...

oi campeão,bom dia olhe como respiram não me lembro ,mas sei que respiram pelo o abdomem.ME LEMBRO DE TER OUVIDO ISSO EM UM CURSO QUE TOMEI NA EXPORPRAG ANO PASSADO.FICA BEM !

gilberto junior disse...

oi campeão,bom dia olhe como respiram não me lembro ,mas sei que respiram pelo o abdomem.ME LEMBRO DE TER OUVIDO ISSO EM UM CURSO QUE TOMEI NA EXPORPRAG ANO PASSADO.FICA BEM !